terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Os supremos Interesses


Sejamos ou não pais, todos nós nos perguntamos se cuidamos e protegemos devidamente aqueles que amamos, pois já dizia o filósofo francês Pascal que a maior fraqueza do homem é poder fazer tão pouco por aqueles que tanto ama

A adopção existe porque também existem crianças que precisam de serem protegidas por outros, que não os seus progenitores biológicos, pois estes descuraram-se desse dever.
As razões são inúmeras: falta de condições económicas, falta de estabilidade, falta o tempo, o jeito e o amor… Quem o faz ou fez, escolha a sua e viva com essa escolha.
No entanto, houve quem não lhe faltasse nenhumas das razões mencionadas e a quisesse proteger.
Foi isto que aconteceu à Esmeralda e foi este o tema em debate no programa Mário Crespo entrevista do canal de televisão SIC.

O que correu mal?
Depois de tanta tinta corrida, aponto para a falta de informação por parte de todos os que a tentaram ‘proteger’.
Na tão esperada entrevista a uma das figuras mais mediáticas deste caso – o sargento Gomes – todos os pontos desde o 1º contacto com a história desta criança até à leitura da sentença, foram minuciosamente postos na mesa do entrevistador Mário Crespo.
Porém, se porventura Mário Crespo praticamente esteve ausente aquando a entrevista a Alberto João Jardim, no caso do Sargento Gomes as interrupções foram muitas e…
... não que as perguntas não sejam fundamentais, muito pelo contrário, mas a meu ver, enquanto espectadora… não estava muito interessada em saber se o Sargento Gomes tinha conhecimento que o medicamento prescrito à pequena ‘Esmeralda’, por um profissional de saúde não tinha estudos concretos referentes à sua utilização em menores de 15 anos… pergunta repetida 3 vezes.
Há terceira é de vez, e lá respondeu o Sargento que, obviamente que não lhe competia saber isso, pois não era médico.

Esclarecido?

Uns cerca de trinta minutos após o inicio da entrevista e, depois de outras tantas perguntas ‘interrompidas’, lá se lembra de perguntar a única e verdadeira questão de todo este processo mediático (ou não): Como viveu, sentiu a menina todo este processo?
Mais uma pergunta interrompida…

Que um jornalista se deve manter aos factos e relatar a notícia de forma imparcial, já se sabe, mas, de vez em quando, todos nós damos uma de Manuela Moura Guedes e lá se opina
Mas isto de manifestar opiniões tem as suas regras, uma delas e, talvez a mais simples, é mesmo… manifestá-la!
Mas se o senhor quer acabar uma entrevista a dizer que ainda bem que não foi o senhor que julgou o caso, tudo bem; vivemos num país livre!
A dúvida, no entanto prevalece… muito por causa da forma como foi conduzida a entrevista: afinal qual era a sua sentença?

A meu ver… mais uma vez o ‘tal’ supremo interesse da criança ficou negligenciado…

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